Genismo

Resumo: O VM2F é um meme-vírus [1] que induz a pessoa infectada, independentemente de suas condições financeiras, e sob ‘hipótese alguma’, não ter mais que dois filhos. Suas conseqüências podem ser bastante nefastas à felicidade humana.

Palavras Chaves: contaminação social, modismo, capitalismo, controle de natalidade, meme-vírus, felicidade, planejamento familiar.

Identificando o meme-vírus

O VM2F é a sigla para “Vírus-Meme-dos-2-Filhos”. Um meme [2] é, basicamente, uma idéia, ou informação, que pode ser transmitida de cérebro a cérebro. Um meme-vírus é, portanto, um meme pequeno, de fácil compreensão, e de alto contágio. Assim, o VM2F é a idéia que ninguém suficientemente instruído, psicologicamente normal, e ‘adequadamente’ inserido na sociedade, deve ter mais do que dois filhos. E isso, independentemente da classe social ou renda familiar, ou melhor: quanto mais a família se considere culta e instruída, mais se sente obrigada a manter este padrão. Esta idéia é, portanto, uma espécie de “tabu social”, que se alastrou, principalmente, nas sociedades ocidentais capitalistas.

Ninguém sabe ao certo como, ou de onde, surgiu tal meme-vírus. Se perguntarmos a qualquer família o motivo de ter adotado o padrão mundial ocidental de se ter no máximo dois filhos, as respostas serão quase sempre as mesmas:

“-Dois tá bom! Prá que mais?!?”, “-No mundo de hoje?, dois ta de bom tamanho!”, “Filho tá caro!”, “-O mundo já tem muita gente!”, “-Dois já dão trabalho o bastante”.

Mas por que não apenas um filho? Ou então três? Por que justamente dois?

O fato é que o padrão é seguido por todos os casais como se fosse uma rígida lei social. Se a quantidade de filhos dependesse da renda econômica, seria de se esperar que o número de filhos fosse mais ou menos proporcional à renda. Mas não é isso que se constata. Na maioria das vezes ocorre o contrário: Famílias que poderiam cuidar com folga de muitos filhos, possuem poucos, enquanto as que não podem, possuem mais. Assim, como este padrão, de certa forma, inverte o que seria “darwinianamente” esperado, podemos concluir de que se trata de um poderoso agente meme-viral.

As prováveis causas

A causa provável que propiciou a infecção massiva da população por este agente meme-viral é, em última instância, o capitalismo [3]. E a sua eficácia só foi possível graças à invenção dos modernos anticoncepcionais. Basicamente, o sistema capitalista, doravante simplesmente ‘sistema’, necessita cada vez mais de cérebros e menos de músculos. E como a educação de qualidade é muito cara, é necessário que as famílias possuam poucos filhos para que estes possam ser educados com educação de qualidade para que possam, posteriormente, serem oferecidos no altar para o “deus-mercado”. Além disso, os produtos vão incorporando, a cada dia, mais novidades tecnológicas, e isso traz um custo extra a eles que, para poderem ser comprados ou consumidos, necessitam de que os consumidores possuam uma renda familiar média elevada, isto é: com poucos filhos. Quanto menos filhos, maior a renda ‘per-capta’, e maior o poder de consumo.

Assim, tudo indica que o VM2F veio, como uma solução para o sistema, ao problema da demanda por mão de obra qualificada, e aumento da renda média familiar sem a necessidade de elevação salarial. Famílias pequenas podem pagar escolas caras para poderem entregar seus filhos bem “untados” à fome do “deus-mercado”, e, ao mesmo tempo, manter uma renda suficientemente alta para poder adquirir os produtos cada vez mais caros e sofisticados produzido pelo mercado.

Premissas

Para estudarmos ou discutirmos um problema complexo devemos, antes de começar a esmiuçá-lo, concordar com as premissas. A premissa principal que eu proponho, e que deve ser respeitada, é a maximização da felicidade geral, postulado básico da meta-ética-científica [7].

A felicidade pode ser definida pela “Fórmula Jocaxiana da Felicidade” [4]. Grosso modo, podemos entender a felicidade pela soma de todo o prazer (e dor) sentido multiplicado por sua duração no tempo. O sofrimento entraria com um sinal negativo nesta soma. Assim, um prazer (ou dor) que perdure 2 minutos contribui duas vezes mais para a felicidade do que o mesmo prazer (ou dor) que dure um minuto. Além disso, a felicidade total deve ser composta pela soma das felicidades individuais, e ser calculada (ou estimada) no máximo período de tempo que isso for possível.

Superpopulação e Meio Ambiente

Muitos leitores, com bastante razão, irão pensar que o VM2F é muito útil para impedir a superpopulação e reduzir o dano ambiental. E de fato, é mesmo! Mas nos locais e países em que isso seja necessário. O problema do excesso populacional, aliado à falta de alimentos, é a degradação ambiental, e a conseqüente diminuição da felicidade no local degradado.

Portanto, o problema da superpopulação, e o do controle de natalidade, não poderá ficar eternamente a cargo de decisões individuais, particulares ou familiares, mas, cedo ou tarde, (e infelizmente), passar para o controle da sociedade, isto é, do estado [5]. Controle este que deve visar sempre à maximização da felicidade geral.

Tamanho da População Ideal

Eu sempre digo que o tamanho da população ideal (TPI) de um país ocorre quando uma pessoa a mais do que o TPI, faria a felicidade média dessa população, diminuir, e uma pessoa a menos também. Podemos entender isso da seguinte maneira:

Considere um país hipoteticamente habitável com zero habitante e muitos recursos naturais. A felicidade humana inicialmente é zero, pois ainda não há pessoas. Se lá adicionarmos uma família, a felicidade vai aumentar. Inicialmente, à medida que formos espalhando famílias por este país, a felicidade vai aumentando proporcionalmente ao número de famílias, até que certo limite seja alcançado.

Agora vamos considerar o caso oposto: Tomemos este país com uma superpopulação, onde faltam recursos, e o povo passa fome por falta de todo tipo de recursos básicos. Ou seja: A população esta sofrendo e morrendo de fome. Nesse caso, à medida que o número de pessoas for diminuindo, a felicidade total vai aumentando. É o caso oposto do exemplo anterior.

Dessa forma podemos perceber que num país pouco populoso a felicidade média aumenta se há um aumento da população, e num país excessivamente populoso a felicidade média aumenta à medida que a população diminui. Então podemos concluir que deve haver um ponto de ótimo no tamanho da população (TPI) na qual um aumento da população faria a felicidade diminuir, e uma diminuição dela, também teria o mesmo efeito. Ou seja: Teríamos atingido o ponto de felicidade máxima para aquele país.

Os governos deveriam se pautar por este objetivo, caso fossem planejar políticas de controle de natalidade e planejamento familiar.

O VM2F em países pouco populosos

O Brasil, com seus cerca de 190 milhões de habitantes e densidade demográfica de 22 habitantes/Km2, assim como outros países do planeta, possui uma população claramente inferior ao tamanho da população ideal (TPI). Por exemplo:
Se a densidade demográfica brasileira fosse igual à do Japão (340 h/Km2), o país poderia ter cerca de três bilhões de habitantes, 15 vezes mais que o tamanho da população atual.
Se a densidade fosse igual à da Inglaterra, que possui densidade demográfica de 246 h/Km2, o Brasil poderia ter dois bilhões de habitantes, 11 vezes mais que a população atual, e se fosse igual à da Alemanha (230 h/Km2) poderíamos ter quase dois bilhões de habitantes. Apesar disso, o VM2F está ‘matando’ muitas possibilidades de vida feliz e fazendo o país, não apenas não crescer ou ficar estagnado, mas fazendo sua população diminuir! [8][9]. E não é só o Brasil, o Japão [10] e a Europa [11] já começam a ter problemas com a taxa de natalidade decrescente.

Além disso, nosso país é repleto de recursos naturais e possui a maior bacia hidrográfica do planeta. Tudo isso indica que nosso país, assim como muitos outros, ainda pode – e deve – crescer bastante. Mas é claro que não interessa a nenhum outro país que o Brasil tome posse de suas riquezas e dos recursos que temos direito, pois isso aumentaria a massa crítica de cabeças pensantes que faria com que o Brasil pudesse competir de forma muito incomoda no mercado internacional, como a China, com seus bilhões de habitantes, faz atualmente.

Podemos concluir que, nos países pouco populosos, o VM2F é claramente nocivo, porque impede o crescimento da população em direção ao seu valor de ótimo (TPI), e, conseqüentemente, impede que a felicidade atinja seu valor máximo.

O VM2F na Família

Para entendermos a nocividade do VM2F em nossas vidas temos que abordar um pouco dos conceitos da ‘Ética Futura’ [6]. A ‘ética futura’ aborda a ética sob o ponto de vista da felicidade futura em relação a atos, ações e omissões presentes (ou passadas). Ela dá um novo enfoque à responsabilidade e a moral. Tanto as omissões quanto as ações tem o mesmo valor quando se está ciente do que estas omissões ou ações provocariam no futuro.

Para entendermos melhor, vamos considerar as seguintes histórias fictícias:

1a-Uma família, de muitas posses, tem três filhos pequenos. Um dos filhos, pega uma doença rara e mortal, muito difícil de curar. Seus pais ficam desesperados. O tratamento é muitíssimo caro, mas seus pais irão vender quase todas suas posses para ver seu filho saudável novamente. Muitas famílias normais também fariam isso.

1b-Uma família, de muitas posses, tem dois filhos. Um dia a filha mais nova disse que gostaria de ter uma irmãzinha, mas seu desejo não será realizado: Seus pais responderam-lhe que “dois filhos já está de bom tamanho”, e que mais um iria lhes dar muito trabalho.

Agora, e se eu disser que estas duas famílias são as mesmas? Quero dizer: os exemplos 1a e 1b são duas possibilidades de uma mesma família em relação à opção de ter ou não mais um filho. A contradição que o leitor deve notar é a seguinte: Depois que a família teve o seu terceiro filho ela vai amá-lo tanto quanto os outros, e o desespero de não perder seu filho (no exemplo 1a) não é compatível com o desejo de não tê-lo (no exemplo 1b). Ou seja, no exemplo 1b a família está ‘matando’ seu terceiro filho sem saber (ou sabendo?) o que ele representaria para ela, caso ele viesse a existir!

O leitor percebeu a contradição? Seria, mais ou menos, como não aceitar um baú cheio de ouro porque os guarda-roupas da casa já estão cheios de roupas, e não haveria lugar para guardar o baú!

A contradição é que, por quase nada (1b), a família ‘matou’ um filho (impediu que nascesse e fosse feliz) e que, na verdade, daria quase tudo que tem para não perdê-lo! (1a).

Dentro do paradigma da maximização da felicidade, devemos deixar claro que famílias que não têm condições econômicas para ter muitos filhos, não deveriam ter mais do que podem sustentar, pois nem o filho nem a família gostariam de ver seus filhos e irmãos passando fome. Entretanto, esse não é o caso de muitas famílias, que poderiam ter mais filhos felizes, aumentando a felicidade dela e também a do universo.

Previsões Otimistas

Apesar desta infecção massiva, podemos prever que o meme-vírus está, felizmente, com seus dias contados. Contra o VM2F estão em curso dois processos: O processo de seleção natural e o Genismo.

O Processo de seleção natural fará com que os sobreviventes ao meme-vírus tenham cada vez mais resistência a ele: Pessoas que sucumbirem ao modismo viral terão menos descendentes e seus genes em freqüências cada vez mais baixas no “pool-genético”. Por outro lado, pessoas menos susceptíveis a esta infecção deixarão mais descendentes, e também uma contribuição maior no pool genético da população.

Além disso, já está em expansão uma vacina memética para o VM2F: O Genismo. O genismo é um meme que faz seu portador valorizar muito mais seus genes que qualquer bem material ou status social. Os genistas estão, portanto, ideologicamente vacinados contra o VM2F. Isto quer dizer que, no longo prazo, deveremos esperar a erradicação do VM2F, seja pelo aumento da população geneticamente resistente, seja pela disseminação do próprio genismo.

Referências

[1] Meme-vírus: O meme-vírus é também um meme [2], em geral de pequeno tamanho, mas altamente contagioso. Costuma infectar mentes de populações inteiras em curto espaço de tempo.

[2]Meme: Qualquer informação, idéia, hábito ou costume, que pode ser transmitida de uma pessoa a outra. (É armazenado no cérebro).
http://www.genismo.com/memeticatexto2.htm

[3] Os Guardiões da Pirâmide
http://www.genismo.com/genismotexto44.htm

[4] A Fórmula da Felicidade
http://www.genismo.com/metatexto37.htm

[5] O Controle de Natalidade
http://www.genismo.com/genismotexto29.htm

[6] Ética Futura
http://www.genismo.com/metatexto15.htm

[7] A Meta-Ética-Científica
http://www.genismo.com/metatexto44.htm

[8] População brasileira encolhe a partir de 2039
http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6331

[9] População começará a cair em 2040, diz IBGE
http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6178

[10] Japao não recupera natalidade
http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6270

[11] Envelhecimento europeu traz problemas para governo e economia
http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6218

[12] Filhos: melhor não tê-los?
http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/4561

O Terrível VM2F João Carlos Holland de Barcellos ( Janeiro / 2009 ) Resumo: O VM2F é um meme-vírus [1] que induz a pessoa infectada, independentemente de suas condições financeiras, e sob ‘hipótese alguma’, não ter mais que dois filhos. Suas conseqüências podem ser bastante nefastas à felicidade humana. Palavras Chaves: contaminação social, modismo, capitalismo, controle de natalidade, meme-vírus, felicidade, planejamento familiar. Identificando o meme-vírus O VM2F é a sigla para “Vírus-Meme-dos-2-Filhos”. Um meme [2] é, basicamente, uma idéia, ou informação, que pode ser transmitida de cérebro a cérebro. Um meme-vírus é, portanto, um meme pequeno, de fácil compreensão, e de alto contágio. Assim, o VM2F é a idéia que ninguém suficientemente instruído, psicologicamente normal, e ‘adequadamente’ inserido na sociedade, deve ter mais do que dois filhos. E isso, independentemente da classe social ou renda familiar, ou melhor: quanto mais a família se considere culta e instruída, mais se sente obrigada a manter este padrão. Esta idéia é, portanto, uma espécie de “tabu social”, que se alastrou, principalmente, nas sociedades ocidentais capitalistas. Ninguém sabe ao certo como, ou de onde, surgiu tal meme-vírus. Se perguntarmos a qualquer família o motivo de ter adotado o padrão mundial ocidental de se ter no máximo dois filhos, as respostas serão quase sempre as mesmas: “-Dois tá bom! Prá que mais?!?”, “-No mundo de hoje?, dois ta de bom tamanho!”, “Filho tá caro!”, “-O mundo já tem muita gente!”, “-Dois já dão trabalho o bastante”. Mas por que não apenas um filho? Ou então três? Por que justamente dois? O fato é que o padrão é seguido por todos os casais como se fosse uma rígida lei social. Se a quantidade de filhos dependesse da renda econômica, seria de se esperar que o número de filhos fosse mais ou menos proporcional à renda. Mas não é isso que se constata. Na maioria das vezes ocorre o contrário: Famílias que poderiam cuidar com folga de muitos filhos, possuem poucos, enquanto as que não podem, possuem mais. Assim, como este padrão, de certa forma, inverte o que seria “darwinianamente” esperado, podemos concluir de que se trata de um poderoso agente meme-viral. As prováveis causas A causa provável que propiciou a infecção massiva da população por este agente meme-viral é, em última instância, o capitalismo [3]. E a sua eficácia só foi possível graças à invenção dos modernos anticoncepcionais. Basicamente, o sistema capitalista, doravante simplesmente ‘sistema’, necessita cada vez mais de cérebros e menos de músculos. E como a educação de qualidade é muito cara, é necessário que as famílias possuam poucos filhos para que estes possam ser educados com educação de qualidade para que possam, posteriormente, serem oferecidos no altar para o “deus-mercado”. Além disso, os produtos vão incorporando, a cada dia, mais novidades tecnológicas, e isso traz um custo extra a eles que, para poderem ser comprados ou consumidos, necessitam de que os consumidores possuam uma renda familiar média elevada, isto é: com poucos filhos. Quanto menos filhos, maior a renda ‘per-capta’, e maior o poder de consumo. Assim, tudo indica que o VM2F veio, como uma solução para o sistema, ao problema da demanda por mão de obra qualificada, e aumento da renda média familiar sem a necessidade de elevação salarial. Famílias pequenas podem pagar escolas caras para poderem entregar seus filhos bem “untados” à fome do “deus-mercado”, e, ao mesmo tempo, manter uma renda suficientemente alta para poder adquirir os produtos cada vez mais caros e sofisticados produzido pelo mercado. Premissas Para estudarmos ou discutirmos um problema complexo devemos, antes de começar a esmiuçá-lo, concordar com as premissas. A premissa principal que eu proponho, e que deve ser respeitada, é a maximização da felicidade geral, postulado básico da meta-ética-científica [7]. A felicidade pode ser definida pela “Fórmula Jocaxiana da Felicidade” [4]. Grosso modo, podemos entender a felicidade pela soma de todo o prazer (e dor) sentido multiplicado por sua duração no tempo. O sofrimento entraria com um sinal negativo nesta soma. Assim, um prazer (ou dor) que perdure 2 minutos contribui duas vezes mais para a felicidade do que o mesmo prazer (ou dor) que dure um minuto. Além disso, a felicidade total deve ser composta pela soma das felicidades individuais, e ser calculada (ou estimada) no máximo período de tempo que isso for possível. Superpopulação e Meio Ambiente Muitos leitores, com bastante razão, irão pensar que o VM2F é muito útil para impedir a superpopulação e reduzir o dano ambiental. E de fato, é mesmo! Mas nos locais e países em que isso seja necessário. O problema do excesso populacional, aliado à falta de alimentos, é a degradação ambiental, e a conseqüente diminuição da felicidade no local degradado. Portanto, o problema da superpopulação, e o do controle de natalidade, não poderá ficar eternamente a cargo de decisões individuais, particulares ou familiares, mas, cedo ou tarde, (e infelizmente), passar para o controle da sociedade, isto é, do estado [5]. Controle este que deve visar sempre à maximização da felicidade geral. Tamanho da População Ideal Eu sempre digo que o tamanho da população ideal (TPI) de um país ocorre quando uma pessoa a mais do que o TPI, faria a felicidade média dessa população, diminuir, e uma pessoa a menos também. Podemos entender isso da seguinte maneira: Considere um país hipoteticamente habitável com zero habitante e muitos recursos naturais. A felicidade humana inicialmente é zero, pois ainda não há pessoas. Se lá adicionarmos uma família, a felicidade vai aumentar. Inicialmente, à medida que formos espalhando famílias por este país, a felicidade vai aumentando proporcionalmente ao número de famílias, até que certo limite seja alcançado. Agora vamos considerar o caso oposto: Tomemos este país com uma superpopulação, onde faltam recursos, e o povo passa fome por falta de todo tipo de recursos básicos. Ou seja: A população esta sofrendo e morrendo de fome. Nesse caso, à medida que o número de pessoas for diminuindo, a felicidade total vai aumentando. É o caso oposto do exemplo anterior. Dessa forma podemos perceber que num país pouco populoso a felicidade média aumenta se há um aumento da população, e num país excessivamente populoso a felicidade média aumenta à medida que a população diminui. Então podemos concluir que deve haver um ponto de ótimo no tamanho da população (TPI) na qual um aumento da população faria a felicidade diminuir, e uma diminuição dela, também teria o mesmo efeito. Ou seja: Teríamos atingido o ponto de felicidade máxima para aquele país. Os governos deveriam se pautar por este objetivo, caso fossem planejar políticas de controle de natalidade e planejamento familiar. O VM2F em países pouco populosos O Brasil, com seus cerca de 190 milhões de habitantes e densidade demográfica de 22 habitantes/Km2, assim como outros países do planeta, possui uma população claramente inferior ao tamanho da população ideal (TPI). Por exemplo: Se a densidade demográfica brasileira fosse igual à do Japão (340 h/Km2), o país poderia ter cerca de três bilhões de habitantes, 15 vezes mais que o tamanho da população atual. Se a densidade fosse igual à da Inglaterra, que possui densidade demográfica de 246 h/Km2, o Brasil poderia ter dois bilhões de habitantes, 11 vezes mais que a população atual, e se fosse igual à da Alemanha (230 h/Km2) poderíamos ter quase dois bilhões de habitantes. Apesar disso, o VM2F está ‘matando’ muitas possibilidades de vida feliz e fazendo o país, não apenas não crescer ou ficar estagnado, mas fazendo sua população diminuir! [8][9]. E não é só o Brasil, o Japão [10] e a Europa [11] já começam a ter problemas com a taxa de natalidade decrescente. Além disso, nosso país é repleto de recursos naturais e possui a maior bacia hidrográfica do planeta. Tudo isso indica que nosso país, assim como muitos outros, ainda pode – e deve – crescer bastante. Mas é claro que não interessa a nenhum outro país que o Brasil tome posse de suas riquezas e dos recursos que temos direito, pois isso aumentaria a massa crítica de cabeças pensantes que faria com que o Brasil pudesse competir de forma muito incomoda no mercado internacional, como a China, com seus bilhões de habitantes, faz atualmente. Podemos concluir que, nos países pouco populosos, o VM2F é claramente nocivo, porque impede o crescimento da população em direção ao seu valor de ótimo (TPI), e, conseqüentemente, impede que a felicidade atinja seu valor máximo. O VM2F na Família Para entendermos a nocividade do VM2F em nossas vidas temos que abordar um pouco dos conceitos da ‘Ética Futura’ [6]. A ‘ética futura’ aborda a ética sob o ponto de vista da felicidade futura em relação a atos, ações e omissões presentes (ou passadas). Ela dá um novo enfoque à responsabilidade e a moral. Tanto as omissões quanto as ações tem o mesmo valor quando se está ciente do que estas omissões ou ações provocariam no futuro. Para entendermos melhor, vamos considerar as seguintes histórias fictícias: 1a-Uma família, de muitas posses, tem três filhos pequenos. Um dos filhos, pega uma doença rara e mortal, muito difícil de curar. Seus pais ficam desesperados. O tratamento é muitíssimo caro, mas seus pais irão vender quase todas suas posses para ver seu filho saudável novamente. Muitas famílias normais também fariam isso. 1b-Uma família, de muitas posses, tem dois filhos. Um dia a filha mais nova disse que gostaria de ter uma irmãzinha, mas seu desejo não será realizado: Seus pais responderam-lhe que “dois filhos já está de bom tamanho”, e que mais um iria lhes dar muito trabalho. Agora, e se eu disser que estas duas famílias são as mesmas? Quero dizer: os exemplos 1a e 1b são duas possibilidades de uma mesma família em relação à opção de ter ou não mais um filho. A contradição que o leitor deve notar é a seguinte: Depois que a família teve o seu terceiro filho ela vai amá-lo tanto quanto os outros, e o desespero de não perder seu filho (no exemplo 1a) não é compatível com o desejo de não tê-lo (no exemplo 1b). Ou seja, no exemplo 1b a família está ‘matando’ seu terceiro filho sem saber (ou sabendo?) o que ele representaria para ela, caso ele viesse a existir! O leitor percebeu a contradição? Seria, mais ou menos, como não aceitar um baú cheio de ouro porque os guarda-roupas da casa já estão cheios de roupas, e não haveria lugar para guardar o baú! A contradição é que, por quase nada (1b), a família ‘matou’ um filho (impediu que nascesse e fosse feliz) e que, na verdade, daria quase tudo que tem para não perdê-lo! (1a). Dentro do paradigma da maximização da felicidade, devemos deixar claro que famílias que não têm condições econômicas para ter muitos filhos, não deveriam ter mais do que podem sustentar, pois nem o filho nem a família gostariam de ver seus filhos e irmãos passando fome. Entretanto, esse não é o caso de muitas famílias, que poderiam ter mais filhos felizes, aumentando a felicidade dela e também a do universo. Previsões Otimistas Apesar desta infecção massiva, podemos prever que o meme-vírus está, felizmente, com seus dias contados. Contra o VM2F estão em curso dois processos: O processo de seleção natural e o Genismo. O Processo de seleção natural fará com que os sobreviventes ao meme-vírus tenham cada vez mais resistência a ele: Pessoas que sucumbirem ao modismo viral terão menos descendentes e seus genes em freqüências cada vez mais baixas no “pool-genético”. Por outro lado, pessoas menos susceptíveis a esta infecção deixarão mais descendentes, e também uma contribuição maior no pool genético da população. Além disso, já está em expansão uma vacina memética para o VM2F: O Genismo. O genismo é um meme que faz seu portador valorizar muito mais seus genes que qualquer bem material ou status social. Os genistas estão, portanto, ideologicamente vacinados contra o VM2F. Isto quer dizer que, no longo prazo, deveremos esperar a erradicação do VM2F, seja pelo aumento da população geneticamente resistente, seja pela disseminação do próprio genismo. Referências [1] Meme-vírus: O meme-vírus é também um meme [2], em geral de pequeno tamanho, mas altamente contagioso. Costuma infectar mentes de populações inteiras em curto espaço de tempo. [2]Meme: Qualquer informação, idéia, hábito ou costume, que pode ser transmitida de uma pessoa a outra. (É armazenado no cérebro). http://www.genismo.com/memeticatexto2.htm [3] Os Guardiões da Pirâmide http://www.genismo.com/genismotexto44.htm [4] A Fórmula da Felicidade http://www.genismo.com/metatexto37.htm [5] O Controle de Natalidade http://www.genismo.com/genismotexto29.htm [6] Ética Futura http://www.genismo.com/metatexto15.htm [7] A Meta-Ética-Científica http://www.genismo.com/metatexto44.htm [8] População brasileira encolhe a partir de 2039 http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6331 [9] População começará a cair em 2040, diz IBGE http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6178 [10] Japao não recupera natalidade http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6270 [11] Envelhecimento europeu traz problemas para governo e economia http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/6218 [12] Filhos: melhor não tê-los? http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/4561
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