O Nacionalismo é Compatível com o Genismo
Textos Diversos

"... Bom , vc ta meio cru no assunto. Vc deve ler sobre
Psicologia evolucionista para entender.
Mas basicamente eh isso : Todos nossos instintos e vontades foram
evoluidos, por selecao natural, para que perpetuassemos nossos genes.
Uma mae ama seu filho e, nao o filho do vizinho, pq em seu filho
ha mais genes dela. Claro q isso nao eh feito conscientemente, eh um
instinto. O instinto de age +/- assim : "Se vc teve um filho natural vc
deve
ama-lo mais do que as outras criancas q nao sao seus filhos"
Nao eh algo racional , eh instintivo.
Leia "O Animal Moral" de Robert Wright.

Se essa mae tivesse uma *ideologia* que dissesse vc deve cuidar de
todas as criancas da mesma maneira , entao haveria sofrimento
pois sua vontade eh privilegiar seu filho mas sua ideologia diz que
ela deve dar atencao igual aa todas as criancas. Percebe?

O politico neoliberal age da mesma maneira : devemos quebrar as
barreiras
alfandegarias o mundo eh globalizado , mas fazendo isso por
ideologia , ele esta indo contra seu povo.
..."

( http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/1283 )

 


Retirar a Escada ( Protecionismo ) 
Por Ignacio Ramonet 04/12/2005 às 10:09
 
EUA e Grã-Bretanha defendem que o livre comércio é o melhor remédio para qualquer economia. 
Mas escondem que foram os países mais protecionistas
do mundo nos séculos XVIII e XIX,
com o argumento “infantil industrial”.
Hoje não querem que ninguém use o mesmo argumento.
 
 
 
Conheci Ha-Joon Chang há alguns anos durante um colóquio sobre a globalização liberal 
organizado pela Unesco em Paris. Jovem e brilhante, este professor da Faculdade de Economia
da Universidade de Cambridge (Reino Unido) nasceu na Coréia do Sul.
Suas idéias, já naquela ocasião,
pareceram-me muito apaixonantes por seu atrevimento, originalidade e 
heterodoxia. Acabaram alimentando a minha própria reflexão sobre os
desvarios e excessos do neoliberalismo e da globalização.
 
Agora que estamos às vésperas da reunião de cúpula da Organização 
Mundial do Comércio (OMC), que começará em Hong Kong no próximo dia 13
de dezembro, voltei a conversas com Ha-Joon Chang e de novo fiquei
impactado por suas análises na contra-corrente do pensamento econômico hegemônico.
 
As teses principais da OMC, defendidas por Washington e Londres, 
sustentam que o livre comércio constitui um remédio universal para
qualquer economia, enquanto que o protecionismo comercial seria o pior
que poderia ocorrer aos países e a seus habitantes.
 
O amigo Ha-Joon Chang pensa exatamente o contrário. Em sua obra “Retirar la escalera”
(Retirar a escada, editado por Los Libros de la Catarata, Madrid, 2004),
mostra que, contra a pretensão dos ingleses e dos norte-americanos de terem sido
mais ou menos os inventores do livre comércio,
a Grã-Bretanha e os Estados Unidos foram os países mais
protecionistas do mundo nos séculos XVIII e XIX. Ha-Joon Chang nos lembra que o principal argumento
protecionista – o “argumento infantil industrial” –
foi desenvolvido por ninguém menos que o secretário do Tesouro dos EUA,
Alexander Hamilton, em seu informe ao Congresso de 1791.
Hamilton afirmava que, do mesmo modo que devemos proteger e alimentar 
nossos filhos até que possam entrar no mundo e competir com os adultos,
os países em desenvolvimento necessitam proteger e sustentar suas indústrias
até que sejam sólidas e possam competir nos mercados mundiais.
 
Se um país em vias de desenvolvimento ingressa no livre comércio antes 
de ter consolidado suas capacidades tecnológicas, poderá ser um bom
produtor de café ou de roupa barata, mas a possibilidade de se transformar
em um produtor de automóveis de qualidade ou de produtos eletro-eletrônicos
rondarão o zero. A Grã-Bretanha e os EUA usaram durante décadas uma ampla
gama de medidas protecionistas tais como os subsídios diretos e indiretos,
tarifas aduaneiras, regulação de preços, propriedade estatal de bancos
e de indústrias, etc.
Por isso, quando os países ricos aconselham hoje aos mais pobres, 
dizendo-lhes que o livre comércio e o livre mercado são as rotas ideais
para a prosperidade, o que estaria demonstrado pela história, o que
fazem, na verdade, é “retirar a escada” com a qual ascenderam rumo à prosperidade.
 
Ha Joon Chang toma emprestada essa metáfora do economista alemão do século XIX, 
Friedrich List, que afirmava que os países ricos, uma vez alcançada
a prosperidade através da escada do protecionismo, se apressariam a dar-lhe
um bom pontapé para que ninguém mais pudesse alcançá-los.
Ele acrescenta que os países ricos reescreveram a história da mesma maneira que
Stalin, quando este suprimiu as fotografias de Trotsky e de outros inimigos políticos,
para que ninguém soubesse como conseguiram efetivamente enriquecer.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/12/340160.shtml
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As práticas e retóricas sobre protecionismo e livre mercado estão claramente associadas aos interesses das potências hegemônicas de plantão ou, mais precisamente ainda, aos grupos econômicos dominantes em tais nações. Ao período dos blocos comerciais coloniais e das práticas monopolistas – entre os séculos XVI e XVIII, seguiu-se uma tendência de maior liberdade de comércio que alcançou sua maior influência na metade do século XIX. Sidney Dell lembra que os economistas, com freqüência, afirmam as vantagens do livre comércio universal. Não obstante, subsiste o fato de que as doutrinas de livre comércio tipicamente estão presentes onde um poder econômico dominante se defronta com rigidez, restrições ou monopólios que deseja destruir, por considerá-los obstáculos a um maior crescimento de suas indústrias. De fato, potências dominantes, ou suas grandes corporações, se confiam em sua capacidade de derrotar rivais potenciais na competição por mercados, preferirão um sistema radical de livre comércio em uma escala mundial a qualquer sistema ou agrupação regional mais limitado.
http://www.tropicologia.org.br/conferencia/2001brasil_grandes_paises.html

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Quanto às potências européias, nem falar: a França nunca foi liberal em comércio internacional, desde as regalias imperiais até a proteção sans ambages da indústria moderna sob De Gaulle, que dotou o país gaulês de uma alta tecnologia militar. A Alemanha tem uma história de protecionismo notável, embasada doutrinariamente em Friedrich List, inimigo mortal do livre cambismo e propugnador dos cartéis como forma de aceleração da indústria alemã. Do lado dos perdedores, Portugal acreditou na doutrina ricardiana do livre-câmbio e no Tratado de Methuen - a capacidade industrial portuguesa foi vendida na "bacia das almas": venderemos vinhos aos ingleses e deles compraremos tecidos. Ficou só o vinho do Porto, néctar de deuses, mas insuficiente para industrializar os patrícios.

http://groups.yahoo.com/group/Nacionalismo-br/message/176

 
 

 

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